26/06/2017 - Cinectus

Sniper Americano (2015) [Review]

Pelo terceiro ano consecutivo, Bradley Cooper – que deslanchou na carreira após Se Beber não Case (2009) – conseguiu concorrer pela terceira vez consecutiva na categoria de melhor ator (antes 2012 e 2013 como coadjuvante) nesse ótimo filme do octagenário Clint Eastwood, sempre impecável na direção!

Apesar de tudo, a narrativa vai por uma linha parecida com os acontecimentos que ocorreram em paralelo ao só bom “Guerra ao Terror” (2008). Esse não é um filme de guerra, mas sobre a vida de um dos melhores atiradores de elite americano, portanto é sobre um “Herói Americano“.

Na cerimônia do Oscar de 2015 levou apenas na categoria de Melhor Edição de Som, apesar das 6 indicações. Por fim, a mensagem mesmo que fica é que já vimos isso muitas vezes no cinema do Tio Sam.

Nota Cinectus: 7,0

Sniper Americano (American Sniper, 2014) conta essa história de habilidade e bravura, mas também mede o peso da responsabilidade de ser um herói. O filme roteirizado por Jason Hall, baseado no livro escrito pelo próprio Kyle ao lado de Scott McEwen e Jim DeFelice, coloca na balança a vida pessoal do atirador. Contrasta o “Velho Oeste do Oriente Médio”, como descreve um dos soldados, com a sua família nos EUA.

Clint Eastwood, que assumiu a direção depois que Steven Spielberg deixou a produção por conta do orçamento limitado, constrói o filme como um estudo psicológico do personagem-título. Desfaz o mito para entender não o guerreiro, mas o homem disposto a sacrificar tudo pelo seu país. Troca a grandiloquência da guerra pelas observações intimistas. Ao mesmo tempo, não abandona os elementos de entretenimento, contornando as possíveis restrições orçamentárias ao reproduzir a estrutura de um western no contexto do Iraque, com o encontro de dois atiradores rivais no deserto e os dilemas entre o mocinho e a família.

O filme também mostra um outro lado do patriotismo que leva homens e mulheres para a guerra. O amor à nação os acompanha até o alistamento, mas esse conceito abstrato não os sustenta no campo de batalha. A caveira do Justiceiro, que aparece na HQ lida por um soldado para depois ganhar os uniformes e o jipe do pelotão, simboliza essa transformação. A luta passa a ser pelos colegas. O símbolo não é mais a bandeira, mas aquilo que os une em torno do mesmo objetivo, a sobrevivência e a justiça pelo grupo. Se o filme foge da política, sem nunca realmente questionar a guerra, ao menos evita os velhos clichês norte-americanos. (Omelete)

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