04/11/2016 - Cinectus

Scorpion (2014) – Falta uma dose de veneno [Críticas]

A inspiração dos criadores da série Scorpion foi a vida de Walter O’Brien, que com 13 anos invadiu servidores da NASA, imprimiu arquivos CAD do ônibus espacial Columbia e os colou na parede do quarto. Pouco tempo depois, sua casa na na Irlanda, foi cercada por agentes americanos que queriam saber como ele fez isso.

Hoje com 40 anos, O’Brien é reconhecido não apenas como um hacker precoce, mas um gênio – e faz questão de divulgar isso! Segundo o site de sua empresa, a Scorpion Computer Systems, ele tem um dos QI’s mais altos do mundo (197), e recebeu diversos prêmios e reconhecimento do governo americano pelo desenvolvimento de tecnologias de inteligência artificial voltadas para a segurança.

“Scorpion” (codinome hacker de O’Brien ) foi criada para NETFLIX por Nick Santora, roteirista e produtor de outras séries, como Prison Break e Lie to Me. Estreou em 2014 e está na sua terceira temporada.

Para os fãs da série MacGyver (que por sinal foi relançada este ano), Scorpion é um prato cheio! Todas aquelas situações dramáticas que se resolviam com um chiclete, uma barra de chocolate e uma caneta esferográfica estão de volta. A diferença é que as ferramentas evoluíram para um celular barato, fornos de microondas e a incrível habilidade de hackear em segundos qualquer computador do planeta.

Outra diferença é que o herói agora tem uma “família“, composta por outros 3 gênios: Happy (Jadyn Wong), Toby (Eddie Kaye Thomas) e Sylvester (Eddie Kaye Thomas), o agente federal Gallo (Robert Patrick) e a mãe solteira Paige (Katharine McPhee), cujo filho Ralph (Riley B. Smith) é superdotado como Walter e com quem o protagonista tem uma relação paternal.

E é justamente neste ponto que a série perde a oportunidade de se destacar. Exceto por raros momentos de conflito entre Walter e Gallo (Robert Patrick – sempre competente), as tensões e dramas desta “família” peculiar não são explorados pelo roteiro. Falta um “fui pra Vegas, bebi todas e querem me matar“, “meu pai que abandonou a mim e minha mãe agora é refém de terroristas“. E olha que não faltam ganchos na trama para que isso aconteça. A impressão que dá é que os conflitos estão ali somente para enfeitar e que qualquer oportunidade de crise será rapidamente contornada no mesmo episódio.

De qualquer forma, a série é boa, com doses certas de humor e alguns casos bastante interessantes. Esperamos que a terceira temporada – ainda não disponível no NETFLIX Brasil – traga alguns dramas estilo Dr. House para a telinha.

Nota Cinectus: 7,0

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