29/05/2020 - Cinectus

Homecoming | Crítica

Nesta série do Amazon Prime Video, Julia Roberts é Heidi, uma assistente social responsável por “Homecoming“, um centro de adaptação para jovens soldados retornando do campo de batalha e precisando de apoio para se adaptar à vida civil.

O problema é que por trás das instalações cuidadosamente preparadas podem haver surpresas desagradáveis para os militares.

Uma série com esta trama, dirigida por Sam Esmail – do excelente Mr. Robot – e protagonizada pela eterna Pretty Woman a gente não iria deixar passar batida. Então conferimos e após 10 episódios podemos recomendar sem medo para a galera que curte o Cinectus.

Não que tenha superado nossas expectativas, na verdade alguns detalhes até decepcionaram, mas o formato enxuto dos episódios (30 min.) e o suspense sobre o que realmente acontece no lugar, prendem você até o final.

E já que os episódios são rápidos, vamos direto ao ponto:

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Curtimos

Bobby Cannavale e Shea Whigham – perfeitos em seus papéis. O insuportável Colin e o atrapalhado Carrasco protagonizam algumas das melhores cenas da série;

Stephan James – contracena a maior parte do tempo com Julia Roberts sem ser “engolido” pela estrela, atuação competente;

O roteiro é engenhoso e apesar do ritmo um lento inicial, engrena a partir do 7º episódio de forma surpreendente. Aquele “-Putz! Então é isso!” que todo thriller que se preze tem que ter;

O final de cada episódio tem uma sacada bem bacana do diretor –  surgem os créditos mas ao invés do tradicional fundo preto, o foco sai dos atores para uma plano de câmera mais amplo e deixa a sensação que o espectador está assistindo a cena de longe;

A descrição de cada episódio no app ao invés de dar pistas sobre o que acontece, um spoiler que muitas séries dão, em “Homecoming” faz as vezes de uma brochura do local, em uma ironia bacana sobre o que realmente acontece lá.

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Não Curtimos

Dermot Mulroney – Justiça seja feita: o personagem Anthony é ruim e pouco acrescenta à trama, mas o ator também não se esforçou. Lembra Laurence Fishburne em Passageiros (2016)

A trilha sonora exagerada – é bacana até o segundo episódio, mas depois que a música sobe no melhor estilo Hitchcock e nada acontece, perde a graça como em um filme de suspense antigo.

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No final, mesmo que não seja uma das melhores atuações de Julia Roberts a série vale o nosso tempo e se não houver segunda temporada, já contou uma boa estória – com início, meio e fim.

E a segunda temporada?

Esta não tem nem Julia Roberts nem Shea Whigham e Bobby Cannavale faz uma aparição rápida. Por outro lado, Chris Cooper vai muito bem como o cientista por trás da sombria corporação Geist. A ótima Joan Cusack faz uma participação que tinha tudo para ser legal, mas a militar Bunda, só é notada pelo comportamento caricato e pelo significado do nome em português.

A trama gira em torno  dos acontecimentos da primeira temporada e as consequências nas vidas de Walter (Stephan James ), Audrey (Hong Chau – da série Watchmen) e Jackie (Janelle Monáe  de Moonlight: Sob a Luz do Luar e Estrelas Além do Tempo ). Os dois primeiros episódios são um pouco confusos mas geram uma reviravolta na trama muito bacana no terceiro.  A partir daí, a série pega tração e tem uma conclusão que se não é sensacional, não deixa pontas soltas e traz aquela sensação boa de “me contaram uma história inteligente, com início, meio e fim e ainda com espaço para plots twists interessantes.”

No universo atual de séries que acabam pelo meio, que as temporadas não conversam umas com as outras ou que são encerradas às pressas – isso não é pouca coisa não.

Nota Cinectus 7,5

2 Comments

  1. […] qualidade. como The Man in The High Castle, Patriot, Manchester à Beira-Mar, Hand Of God, Homecoming e as novas  The Boys , Good […]

  2. Fabio 01/06/2020 at 17:57

    Vocês dizerem que não é uma das melhores atuações de Julia Roberts já me tirou toda a credibilidade dessa crítica. Esse foi considerado um dos melhores – se não o melhor- trabalho dela.

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