05/04/2019 - Cinectus

Osmosis | Crítica

A série francesa Osmosis chegou à Netflix na última semana e já foi imediatamente comparada à Black Mirror – por mostrar a tecnologia como protagonista e as complexas consequências que seu uso indiscriminado pode trazer à vida das pessoas.

Neste caso, a tecnologia é levada ao extremo na criação de um serviço que promete encontrar sua alma gêmea, como um Tinder com esteróides, já que é controlado por uma inteligência artificial chamada Martin (Vincent Renaudet).

No comando desta empresa estão os irmãos Paul (Hugo Becker) e Esther (Agathe Bonitzer), ele um empreendedor carismático e ela um gênio de tecnologia. Mas por trás da aparência de sucesso, ambos são emocionalmente frágeis e Esther obcecada em recuperar a mãe, que se encontra em coma há alguns anos.

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E de todas as estórias dentro da estória da série, a única que é corretamente explorada é o relacionamento dos irmãos e suas dificuldades com a mãe.

As tensões entre a equipe, o relacionamento de Paul com sua “alma-gêmea” Josephine (Philypa Phoenix) e os riscos uma inteligência artificial determinando o destino das pessoas, são temáticas tratadas superficialmente e até meio que abandonadas ao longo dos oito episódios da primeira temporada.

E a esperança que os participantes do projeto segurem a série também é frustrada porque o jovem gay Lucas, a menina fora dos padrões de peso Ana e Niels, um garoto compulsivo por sexo, são personagens clichês toda vida. Ana – vivida  pela brasileira Luana Silva – até começa bem nos primeiros episódios, mas depois se perde na narrativa.

Sabe quando você encontra um amigo(a) que não via há anos mas sabe por fotos na rede social que um monte de coisa aconteceu neste tempo? E aí é tanto assunto para colocar em dia que quando termina o encontro você acha que na verdade não conseguiu conversar tudo que deveria?

Então, Osmosis é assim: puxa uma série de ganchos interessantes, abre várias tramas paralelas mas não explora nenhum deles como deveria e nem mesmo os conclui satisfatoriamente. Outro ponto é que apesar de se passar num futuro próximo, a cenografia, o guarda-roupas, os cenários não acompanham este “futuro” – passando a impressão de que a série se passa mesmo em 2019.

Resumindo, a série parte de uma proposta muito boa mas que não é bem implementada. Tem trilha sonora bacana, mas todo o resto que deveria ambientar, criar o clima e ajudar a conta a estória não empolga o espectador.

Se houver uma segunda temporada, até daremos uma chance. Mas como a Netflix já passou o machado em série muito melhor que não convenceu na primeira temporada, duvidamos que Osmosis escape.

Nota Cinectus: 6,5

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