27/08/2017 - Cinectus

Last Chance U – Nem tudo são flores na indústria do football

Para quem não é fã do football ou até assiste somente alguns jogos da NFL e o SuperBowl, a realidade mostrada nesta série-documentário da Netflix parece ficção, totalmente oposta à aura de organização, dinheiro e oportunidades que o esporte pode proporcionar tão divulgada pela NFL.

Não que a série revele o “lado negro” do do esporte da bola oval, mas como coloca várias vezes o técnico Buddy Stephens: “todo mundo gosta das vitórias mas não querem saber o que é necessário para consegui-las” ou “se não fosse um bom jogador de footbal, nós nem estaríamos falando com ele

O que fica claro ao final da segunda temporada é que a visão romântica de que o football universitário, além de um esporte é um oportunidade para jovens com poucas perspectivas conseguirem se graduar e ter uma boa formação está longe da realidade.

Ao menos da East Mississipi College, o desempenho em campo é a prioridade e desempenho acadêmico e formação do carácter dos jovens são secundários. Quase uma burocracia que deve ser cumprida. A exceção é a orientadora pedagógica Brittany Wagner, que parece genuinamente se importar com os jovens além do seu desempenho atlético.

A série agrada em cheio aos fãs do football, mas também vai entreter os fãs de esporte e até aqueles não muito ligados em esporte mas que curtem documentários com dramas familiares onde as pessoas tentam superar dificuldades e estórias de vida desafiadoras.

A primeira temporada é especialmente interessante pois a câmera é onipresente ao ponto de você imaginar quantas horas de material foram necessários antes da edição. Também inova pois são poucos os momentos onde você tem a pessoa “conversando” com a câmera – nas maioria das cenas elas estão vivendo suas vida e a câmera é uma testemunha do que está acontecendo ao redor.

Na segunda temporada a câmera perdeu sua invisibilidade e em vários momentos você percebe que as pessoas estão medindo suas atitudes simplesmente pelo fato de estarem sendo filmadas. Além disso, as sequências com cenas dos jogos são bem maiores, o que é entediante para que não é fã do esporte. De qualquer forma, faz uma conclusão honesta da série e deixa no ar a pergunta sobre qual será o futuro desses jovens. Se um dia os veremos em uma final do SuperBowl.

Nota Cinectus: 7,0

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