I’m Not Okay With This | Crítica

A série “I’m Not Ok With This” da Netflix tem nos adolescentes seu público-alvo e se assemelha a uma dezenas de outras que focam nos dilemas e dificuldades desta fase. A trama gira em torno de descoberta da sexualidade, conflito com os pais e a busca por se adequar à realidade em que vivem. Só que para complicar a vida de Sydney (Sophia Lillis) ela vai aos poucos descobrindo que possui super poderes, o que também não é nenhuma novidade – nada que já não tenha sido mostrado em várias outras séries como Ragnarok.

O roteiro segue os clichês de sempre: um dos pais morreu/abandonou o protagonista; seus amigos são os “párias” de popularidade na escola e nosso herói tem sempre o coração partido.

E contribui para a sensação de “mais do mesmo” a direção de Jonathan Entwistle (de “The End Of The F***ing World”) – fica parecendo até que as séries possuem alguma relação.

Mas então o que justifica as várias avaliações positivas que a série recebeu?

Na nossa opinião, o que faz a diferença é a atuação de Sophia Lillis: muita autenticidade ao transmitir emoções e os conflitos da personagem. Com muito carisma, ela dá um show! A atriz, mais conhecida pela participação em It: A Coisa (2017). tem potencial pra entregar papéis maiores no futuro – talento não falta.

Outro ponto interessante é que a série adotou a estratégia de episódios mais curtos, ou seja, não tem aqueles episódios de 50 minutos  passam o recado em meia hora e o resto são tramas paralelas que não desenvolvem os personagens, não acrescentam à trama e acabam só gastando seu tempo.

Mas mesmo com esses pontos legais, se você não curte muito dramas teens, vai chegar ao último episódio bastante entediado. Mas a espera compensa, o season finale é ótimo – com direito a uma homenagem à Carrie, a Estranha, clássico de Brian de Palma de 1976, baseado na obra de Stephen King. Deixa uma expectativa que a segunda temporada,  já confirmada pela Netflix, tenha mais ação e menos drama.

Nota Cinectus: 7,0