04/03/2019 - Cinectus

Culpa | Crítica

Asger (Jakob Cedergen) é um policial do atendimento de emergências na Dinamarca. Passando por uma difícil fase profissional e pessoal, recebe um pedido de socorro que torna tudo ainda mais dramático.

Sim, você já viu um monte de filmes assim. Pelo roteiro padrão, num passe de mágica Asger vai se transformar numa mistura de Sherlock Holmes com Rambo, ter deduções brilhantes e enfiar a porrada em todos os vilões. Não é?

Não exatamente. No filme dirigido por Gustav Möller – que mesmo reprovado na seleção final de indicados ao Oscar, foi destaque na Europa e nos EUA (inclusive no badalado festival Sundance) – a banda toca de outro jeito.

De forma semelhante à Buscando… , grande parte da ação se passa através do telefone, mas neste caso sem o suporte de vídeo chamada, iMessage e similares.

Então boa parte da trama se desenvolve baseada na voz, expressão facial do protagonista e a voz do outro lado da linha – e isso é tudo. O resto é por conta da sua imaginação. Como um crítico definiu: é quase como um audiolivro – quem cria as cenas é sua mente.

E independente se não curtir, não há como negar a grande sacada do diretor e convincente trabalho do ator.

Não é um filme para simplesmente sentar em frente à tela e absorver. Você tem que estar no clima de quase interagir com a estória, disposto a criar na sua cabeça as cenas que a narrativa descreve.

A parte boa é que o esforço compensa – há alguns momentos “Céus! E agora?” e outros em que você precisa jogar fora o filme que criou na sua mente.

Em meio à mesmice, sempre curtimos uma ideia original e bem executada.

Nota Cinectus: 7,5

 

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